A incontinência urinária caracteriza-se pela perda de urina involuntária, que afeta mulheres de todas as idades em diferentes fases da vida..
Esta é uma condição que continua subdiagnosticada e não tratada, pois cerca de 75% das mulheres afetadas não procuram cuidados.
Causas:
A sua causa pode ser neurológica, idiopática, por obstrução de trato urinário inferior (prolapso), fraqueza muscular do pavimento pélvico ou psicossomática.
Outra causa muito comum é o pós-parto, devido ao stress a que esteve sujeita a musculatura do pavimento pélvico (peso do bebé e o esforço do parto).
Os tipos de incontinência urinária são:
- Esforço: é o tipo de incontinência urinária mais comum, constituindo 35-49% dos casos. Caracteriza-se pela perda involuntária de urina, seja ao tossir, espirrar, levantar pesos ou até mesmo durante atividades do quotidiano.
- De urgência: caracteriza-se por perdas de urina, acompanhadas ou precedidas por uma sensação de urgência. Este tipo de incontinência está associado à bexiga hiperativa, aumentando a frequência das idas à casa de banho.
- Mista: perda de urina associada à urgência e ao esforço.
- De stress: perda de urina associada ao stress.
- Insensível: caracteriza-se pela perda de urina sem consciência de como ocorreu.
- Contínua: perda contínua de urina devido à ausência de vontade.
- Nocturna: caracteriza-se pela perda de urina durante o sono.
- Postural: caracteriza-se pela perda de urina quando mudamos de posição (sentar para levantar / deitar para sentar, etc).
- Coital: caracteriza-se pela perda de urina associada ao coito.
A fisioterapia é o tratamento de primeira linha que visa:
➡ Ajudar a alterar comportamentos que estejam a contribuir para o problema;
➡ Melhorar a funcionalidade da musculatura do pavimento pélvico através da sua educação (consciencialização da musculatura, força, resistência, coordenação com o core e ativação muscular automatizada);
➡ Melhorar a qualidade de vida.
Para além da fisioterapia, o tratamento pode passar pela cirurgia ou pela medicação (anti-espasmódicos, anti-depressivos tricíclicos, bloqueadores dos canais de cálcio, inibidores da síntese de prostaglandinas e estrogénio).
📚 F.C. Burkhard et al. (2019). EAU Guidelines on Urinary Incontinence in Adults.
European Association of Urology
📚 Thüroff JW et al. EAU Guidelines on Urinary Incontinence. European Urólogy 2011;
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📚 Bø, Kari (2020). Physiotherapy management of urinary incontinence in females. Journal of Physiotherapy, (), S1836955320300655–. doi:10.1016/j.jphys.2020.06.011


